Páscoa Judaica (Pessach) começa neste sábado: o que significa para o povo hebreu

Páscoa Judaica (Pessach) começa neste sábado: o que significa para o povo hebreu

A Páscoa Judaica, também conhecida como Pessach, começa a ser celebrada a partir do entardecer deste sábado (12/04). Judeus ao redor do mundo dão início a uma das festas mais importantes do calendário hebraico, que relembra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito.

A celebração dura sete ou oito dias (dependendo da tradição seguida) e tem como base o relato do Êxodo, na Torá. Diferente da Páscoa cristã, que remete à ressurreição de Jesus, o Pessach é uma festa de libertação, identidade e renovação espiritual.

A origem da Páscoa Judaica

A palavra “Pessach” significa “passagem” ou “passar por cima”, fazendo referência direta ao episódio em que o anjo da morte passou sobre as casas dos hebreus marcadas com o sangue do cordeiro, poupando os primogênitos da última praga que atingiu o Egito (Êxodo 12.12-13).

Segundo a tradição judaica, foi nessa noite que o faraó finalmente libertou os hebreus, após séculos de escravidão. A saída foi tão apressada que o povo não teve tempo para fermentar o pão — o que explica o uso do matzá, o pão sem fermento, até hoje.

trasbordai.com Pascoa Judaica Pessach 0

Como era celebrada no passado

Nos tempos do Templo de Jerusalém, a celebração de Pessach incluía sacrifícios de cordeiros (Korban Pessach). As famílias levavam seus animais ao templo, e após o sacrifício, comiam a carne assada com ervas amargas e matzá.

Essa cerimônia repleta de simbolismos expressava tanto a dor da escravidão como a alegria da redenção. O sangue do cordeiro remetia à proteção divina, e o ato coletivo de comer o sacrifício reforçava a identidade do povo como uma nação liberta por Deus.

As mudanças ao longo dos séculos

Com a destruição do Segundo Templo de Jerusalém no ano 70 d.C., os sacrifícios foram interrompidos, e a festa passou a ser adaptada ao contexto da diáspora. O centro da celebração se deslocou do templo para o lar.

Hoje, a Páscoa Judaica é celebrada através do Sêder de Pessach, um jantar especial conduzido em família. A Hagadá, livro tradicional lido durante o Sêder, orienta a ordem da refeição e relembra toda a narrativa do Êxodo de forma participativa.

Durante o Sêder, são consumidos alimentos simbólicos:

  • Matzá: pão sem fermento, lembrando a pressa na saída do Egito;

  • Maror: ervas amargas, simbolizando o sofrimento da escravidão;

  • Charosset: mistura doce que representa o barro dos tijolos dos escravos;

  • Zeroa: osso de cordeiro assado, em memória do sacrifício antigo;

  • Karpás: vegetal mergulhado em água salgada, simbolizando lágrimas.

A festa também é marcada pela tradição de as crianças perguntarem sobre o significado da noite, reforçando a transmissão de valores e identidade.

trasbordai.com Pascoa Judaica Pessach 2

O significado da Páscoa Judaica para os judeus

A Páscoa Judaica vai além de uma recordação histórica. É uma celebração da liberdade como dádiva divina e da resistência de um povo que, mesmo em meio à opressão, manteve viva sua fé e sua cultura.

Para muitos judeus, o Pessach representa a esperança de que a liberdade pode ser renovada em cada geração — não apenas fisicamente, mas também espiritualmente, socialmente e politicamente.

Diferenças em relação à Páscoa cristã

Enquanto o Pessach relembra o Êxodo, a Páscoa cristã celebra a ressurreição de Jesus Cristo, que segundo os evangelhos, teria celebrado o Pessach com seus discípulos na chamada Última Ceia.

Cristãos veem Jesus como o “Cordeiro Pascal” (1 Coríntios 5.7), cujo sacrifício trouxe salvação. Por isso, embora compartilhem a raiz histórica, as duas tradições caminharam por significados distintos: o judaísmo celebra a libertação nacional e espiritual; o cristianismo, a redenção do pecado e a nova vida em Cristo.

trasbordai.com Pascoa Judaica Pessach 3

Um convite à memória e ao respeito

Compreender o significado da Páscoa Judaica é uma forma de reconhecer a riqueza de tradições milenares e valorizar a diversidade de expressões da fé. Em tempos de intolerância, revisitar essas celebrações convida à empatia e ao diálogo.

O Pessach continua sendo, geração após geração, uma proclamação de liberdade, esperança e dignidade — valores que seguem essenciais para o mundo atual.

Veja também

Conhecida como a Páscoa Judaica, a Pessach relembra a libertação do povo hebreu

trasbordai.com Pascoa Judaica Pessach 1

Perguntas Frequentes sobre a Páscoa Judaica (Pessach)

O que é a Páscoa Judaica?

A Páscoa Judaica, ou Pessach, é uma festa tradicional que relembra a libertação dos hebreus da escravidão no Egito, conforme relatado no livro do Êxodo. É uma das celebrações mais importantes do judaísmo.

Quando começa a Páscoa Judaica em 2025?

Em 2025, a Páscoa Judaica começa ao entardecer do sábado, 12 de abril, e dura até o entardecer do domingo, 20 de abril (8 dias na tradição da diáspora, 7 dias em Israel).

Qual a diferença entre a Páscoa Judaica e a Páscoa Cristã?

A Páscoa Judaica celebra a libertação do povo hebreu do Egito. Já a Páscoa Cristã comemora a ressurreição de Jesus Cristo. Ambas compartilham raízes históricas, mas têm significados distintos nas duas religiões.

Como era a celebração da Páscoa Judaica no passado?

Antigamente, a Páscoa incluía o sacrifício de um cordeiro no Templo de Jerusalém. Após a destruição do templo, essa prática foi substituída por rituais simbólicos realizados nas casas, como o Sêder.

Como é celebrada a Páscoa Judaica hoje?

Atualmente, as famílias se reúnem para o Sêder de Pessach, um jantar cerimonial com alimentos simbólicos, leituras da Hagadá e a lembrança da saída do Egito. Também é proibido consumir alimentos fermentados durante a semana.

Por que não se come pão fermentado na Páscoa Judaica?

O povo hebreu saiu do Egito às pressas e não teve tempo de fermentar o pão. Por isso, durante a festa, come-se o matzá (pão sem fermento) como símbolo da pressa e da libertação.

O que significa a palavra “Pessach”?

“Pessach” significa “passar por cima” ou “passagem”, em referência ao episódio bíblico em que o anjo da morte poupou os primogênitos dos hebreus no Egito.

Crianças participam do Sêder de Pessach?

Sim. A participação das crianças é incentivada. Uma das partes mais importantes do Sêder é quando a criança mais jovem pergunta: “Por que esta noite é diferente das outras?”, dando início à narrativa da libertação.

Compartilhe

Respostas de 2

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja mais

Posts Relacionados

Quando a justiça dos homens falha, o que fazer diante da injustiça

Quando a justiça dos homens falha, o que fazer diante da injustiça

Quando a justiça dos homens falha, Deus continua sendo justo. Como lidar com a injustiça humana à luz da Bíblia.

Evangélicos no Brasil podem se tornar maioria? O que mostra o Censo 2022

Evangélicos no Brasil podem se tornar maioria? O que mostra o Censo 2022

Evangélicos no Brasil podem se tornar maioria no Brasil? Veja os dados do Censo 2022, projeções e o que explica a transformação religiosa no país.

O papel da mulher cristã na sociedade moderna brasileira

O papel da mulher cristã na sociedade moderna brasileira

Mulher cristã são a força no lar, na igreja e na sociedade. No Brasil de hoje é sinônimo de liderança, fé, educação e amor em ação.

Como Encontrar seu propósito em Deus e viver com Significado

Como Encontrar seu propósito em Deus e viver com Significado

entenda como encontrar seu propósito em Deus e viver uma vida cheia de significado à luz da Bíblia.

Por que jovens se desviam na faculdade?

Por que jovens se desviam na faculdade?

Entenda por que tantos jovens cristãos se afastam da fé na universidade um ambiente marcado por secularismo, relativismo e até proibição de orar. Como o despertar espiritual surge através de movimentos como o Aviva Universitário.

Como os jovens cristãos podem conquistar a universidade para Cristo

Como os jovens cristãos podem conquistar a universidade para Cristo

Como como os jovens cristãos podem viver e compartilhar sua fé na universidade, enfrentando o secularismo e levando o evangelho a colegas e professores.