Mudanças Climáticas, o que a Bíblia Fala sobre Este Tema? 

Eventos de mudanças climáticas extremos – como secas, enchentes e ondas de calor – têm sido cada vez mais frequentes, líderes e cientistas alertam para a urgência de uma resposta global. Como a Bíblia, sendo um guia, nos orienta sobre nossa responsabilidade em meio a essa crise? 

 

As mudanças climáticas

Este tema amplamente discutido em nossa época, envolvem transformações de longa duração nos padrões climáticos globais, intensificadas pela ação humana. Elas referem-se a alterações significativas no clima da Terra, causadas em grande parte pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e metano.

Este fenômeno tem levado ao aumento das temperaturas globais, elevação dos níveis dos oceanos e eventos climáticos extremos, como secas, inundações e furacões. 

Veja o que alguns portais de notícias falam a respeito:

“O mundo está fervendo”, alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçando a gravidade do aquecimento global. (Reuters)

“A mudança climática está tornando os eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos”, afirmou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), evidenciando a ligação entre a crise e desastres naturais. (IPCC)

Cientistas alertam: “A Amazônia está chegando ao ponto de não retorno”, refletindo sobre o risco de colapso do bioma e as graves consequências para o clima global. (The Guardian)

Ativistas criticaram a última COP28 como um “fracasso” em garantir compromissos suficientes para limitar o aquecimento global a 1,5°C. (BBC)

Especialistas destacam que “o Brasil precisa acelerar a transição energética para fontes renováveis”, um chamado urgente para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. (G1)

    Essas declarações destacam a urgência da ação coletiva. E diante dessa realidade, é natural que nos perguntemos: o que a Bíblia diz sobre nossa responsabilidade em relação ao meio ambiente e ao cuidado com a criação de Deus? 

     

    A Criação Aguarda a Redenção 

    A Bíblia, embora não mencione o termo “mudanças climáticas” de forma explícita, fornece princípios importantes sobre a relação do ser humano com o meio ambiente e o dever de preservá-lo. Em Romanos, Paulo escreve: 

    “Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora” Rm 8.22. 

    Esse gemido representa o sofrimento da criação devido ao pecado e à degradação humana, que também pode ser visto em nossos dias no impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente. 

     

    Cuidando da Criação 

    Desde o início, Deus confiou ao ser humano o cuidado da Terra. Em Gênesis, lemos que Adão foi colocado no Jardim do Éden para “cultivá-lo e guardá-lo” (Gn 2.15). Este mandato original ressalta o papel do ser humano como guardião do planeta, uma responsabilidade que se estende a todos nós, especialmente em tempos de crise ambiental. 

     

    A Responsabilidade Humana e as Consequências 

    A Bíblia alerta sobre as consequências de nossas ações. Em Oséias, encontramos um lamento: “A terra está de luto, e todo o que mora nela desfalece, com os animais do campo e as aves do céu; até os peixes do mar perecem” (Os 4.3). Este versículo descreve a devastação resultante do comportamento humano desregrado, um cenário que ecoa as realidades de degradação ambiental que vemos hoje. 

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    Somos Mordomos da Criação

    No início de tudo, Deus concedeu ao ser humano a tarefa de cuidar da criação. Em Gênesis 2.15, a Bíblia diz que o homem foi colocado no Jardim do Éden “para o cultivar e o guardar”. Esse conceito bíblico de mordomia estabelece uma responsabilidade que vai além do mero uso dos recursos; implica preservação e respeito pela Terra como criação divina. 

    Como mordomos, é nosso dever não apenas usufruir, mas também proteger e sustentar o meio ambiente para as próximas gerações. Assim, a crise climática se torna também uma questão espiritual, pois cuidar da criação reflete nosso respeito pelo Criador. 

     

    A Criação e Suas “Dores de Parto”

    O apóstolo Paulo, em Romanos 8.22, descreve a criação como um organismo vivo que “geme” e sofre, aguardando sua redenção final: “Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.” A Bíblia nos mostra, assim, que a natureza está em estado de expectativa, aguardando o momento em que será restaurada. 

    Essas “dores de parto” da criação nos lembram que ela está sujeita a um ciclo de degradação até a sua restauração plena. Esse é um ponto de vista escatológico que, em certo sentido, também conecta a crise climática atual à nossa própria condição espiritual, incentivando-nos a agir como guardiões atentos à urgência do momento

     

    A Criação no Fim dos Tempos

    Muitas passagens bíblicas que tratam de catástrofes naturais têm cunho escatológico, ou seja, falam de eventos do fim dos tempos. O livro de Apocalipse, por exemplo, descreve diversos fenômenos que afetam a Terra e os céus como sinais do julgamento final. Embora essas passagens tenham um contexto profético, elas destacam a relação entre os eventos naturais e o plano divino, sugerindo que a criação tem seu próprio papel na narrativa bíblica. 

    Essa perspectiva escatológica não apenas alerta, mas também nos chama à esperança e responsabilidade. Se, por um lado, esperamos o cumprimento da promessa divina, por outro, somos motivados a preservar e respeitar a criação no presente. 

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    Catástrofes Naturais e Sinais dos Tempos 

    No Novo Testamento, Jesus adverte sobre tempos de tribulação com “terremotos em vários lugares” (Mt 24.7), e o Apocalipse retrata desastres naturais em grande escala. Embora esses textos sejam escatológicos e espirituais, eles nos recordam que eventos cataclísmicos têm um impacto significativo e podem refletir uma desconexão com a vontade Deus. 

     

    A Urgência de Nossa Responsabilidade  

    Diante das advertências científicas e da destruição crescente, nosso papel como cristãos se torna ainda mais relevante. Somos chamados a sermos agentes de preservação, agindo em respeito ao mandato de mordomia que Deus nos confiou. A crise climática atual se torna, assim, um campo onde podemos viver e expressar nossa fé de maneira prática, cuidando do meio ambiente e promovendo um futuro mais sustentável. 

    A Bíblia também é uma mensagem de esperança e a libertação “da escravidão da corrupção. 

     

    Conclusão

    Os desafios do clima, longe de serem apenas uma questão secular, ressoam na Bíblia, apontando tanto para nossa responsabilidade atual quanto para a esperança de uma criação restaurada. 

     

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