Ciência Explica a Travessia do Mar Vermelho

A Ciência através de estudos explica a Travessia do Mar Vermelho, segundo estudos ventos fortes teriam aberto uma Passagem em meio ao que nos conhecemos hoje como Mar Vermelho.

O Mar Vermelho, situado como um braço do Oceano Índico, estende-se entre a costa nordeste da África e a Península Arábica. Esta importante hidrovia desempenha um papel crucial no comércio global, servindo como elo de ligação entre o Oceano Índico e o Mar Mediterrâneo.

Além de sua relevância comercial, o Mar Vermelho possui um significado cultural profundo, especialmente para o povo judeu. A travessia deste mar é um evento de grande importância em sua história e tradição. No contexto cristão, este episódio é interpretado como um símbolo do batismo do “povo escolhido”.

 

O principal autor da pesquisa, Carl Drews é professor do Departamento de Ciência Atmosférica e Oceânica da Universidade        do Colorado e escreveu o livro “Between Migdol and the Sea”        (tradução livre, “Entre Migdol e o Mar”). (VEJA.com/Divulgação)

 

Quando lemos o texto bíblico de Êxodo capítulo 14.21-31, Moisés, guiado por Deus, ergue seu cajado, e um poderoso vento oriental separa o Mar Vermelho, permitindo que o povo hebreu atravesse em segurança. Embora o evento seja descrito como um milagre, e para nós que cremos na bíblia assim vemos, cientistas como Carl Drews, da Universidade do Colorado, defendem que o fenômeno possa ser explicado cientificamente.

Segundo Drews, a força do vento poderia, de fato, ter aberto uma passagem temporária nas águas, proporcionando uma explicação natural para o que é visto como um dos grandes milagres da Bíblia.

 

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A Pesquisa de Carl Drews: Como Ventos Podem Dividir Águas

Carl Drews, pesquisador do Departamento de Ciência Atmosférica e Oceânica da Universidade do Colorado, iniciou a investigação sobre a divisão do Mar Vermelho com uma pergunta: poderia um vento realmente separar águas dessa forma? Utilizando modelos atmosféricos e simuladores de computador, Drews estudou o comportamento dos ventos em áreas semelhantes ao local da travessia.

A simulação mostrou que ventos de cerca de 107 km/h, vindos do leste e soprando por várias horas, poderiam temporariamente afastar a água em regiões de lagoas costeiras, como onde um afluente do rio Nilo se juntaria a um lago próximo ao Mar Mediterrâneo.

O fenômeno meteorológico, conhecido como wind setdown, ocorre quando ventos fortes e constantes empurram a água em uma direção, expondo o solo por baixo dela. Para o cientista, o vento teria mantido a passagem aberta durante toda a madrugada, exatamente como a Bíblia descreve em Êxodo 14.21: “Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas.”

Evidências Históricas de Fenômenos Similares

Drews e outros estudiosos apontam que eventos similares foram registrados na história. Um exemplo é um relato de 1882, quando ventos fortes abriram uma passagem temporária nas águas do Canal de Suez. Em outra ocasião, em 1948, no Lago Erie, nos Estados Unidos, testemunhas relataram que um fenômeno de vento semelhante afastou as águas do lago, expondo o fundo. Esses exemplos reforçam a tese de que o vento poderia ter causado a divisão do Mar Vermelho, sem violar as leis da física.

A Ciência e a Arqueologia do Êxodo

A ciência moderna e a arqueologia ainda buscam evidências físicas do Êxodo. A área de “Migdol” citada na Bíblia é referida por arqueólogos como uma possível localização para a travessia, embora o Mar Vermelho da época do Êxodo seja muito diferente do que conhecemos hoje. O delta do Nilo, por exemplo, se estendia mais ao norte, o que significa que a passagem pelo mar provavelmente aconteceu em uma lagoa costeira ou afluente menor, onde o fenômeno dos ventos seria mais aplicável.

Drews explica que o impacto cultural e espiritual da travessia é inegável, tanto para a história do povo judeu quanto para a tradição cristã. A travessia representa um marco para a identidade dos israelitas, e sua confirmação científica fortaleceria ainda mais seu valor cultural e histórico.

Fé e Ciência: Inimigas ou Aliadas?

Drews defende que ciência e fé não são opostas, mas se completam. Para ele, é possível que Deus opere milagres através das leis naturais que Ele mesmo estabeleceu. Este entendimento, segundo Drews, é um convite para que a ciência moderna explore e compreenda melhor esses fenômenos. Como ele afirma: “Descobrir que uma história antiga tem base científica é fascinante, independentemente das crenças pessoais.”

No Brasil, onde o conflito entre ciência e fé é menos acentuado do que nos Estados Unidos, essa visão de Drews ressoa positivamente. A abordagem científica de Drews não invalida o milagre, mas acrescenta uma camada de compreensão que pode aproximar os céticos da tradição bíblica e, ao mesmo tempo, fortalecer a fé daqueles que creem nos eventos descritos nas Escrituras.

Veja também a questão da fé.

Lições para o Presente: Ciência que Salva Vidas

Para além do valor religioso, Drews destaca que o estudo dos fenômenos meteorológicos associados a ventos fortes pode salvar vidas em regiões vulneráveis a desastres naturais. Com o conhecimento aprofundado sobre ventos e inundações, é possível prever fenômenos semelhantes ao wind setdown em áreas como o Golfo de Bengala, onde tufões e inundações representam grandes riscos.

Com essa ciência aplicada, vidas podem ser protegidas e até mesmo salvas.

Um Evento com Significado Profundo

A passagem do Mar Vermelho permanece como um símbolo de libertação e fé. E, com os avanços da ciência, também se torna um exemplo de como eventos milagrosos podem coexistir com explicações naturais. A travessia, que muitos veem como um símbolo de redenção e fé, agora também se apresenta como uma porta para o entendimento, onde ciência e espiritualidade encontram um ponto de harmonia.

Um artigo semelhante  pode ser lido em Revista Veja sobre a entrevista com Carl Drews, clique aqui.

 

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